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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Força do hábito

Força do hábito.

Todo dia a mesma coisa; gestos, palavras e olhares repetidos.

As mesmas pessoas na mesma rua. O mesmo concreto. O mesmo cimento.

Cabeças abaixadas seguindo o rastro dos sonhos deixados por alguém. Alguém que deixou saudades.

Faço o que sempre faço. Mesmas ordens, a mesma vontade.

Volto como se nem tivesse ido. A cabeça abaixada.

Quebro a rotina. Não ligo a TV. Me dou uma folga, vou dormir.

Um dia com ar de amanhã começou. Novo talvez.

Então mudo o caminho; outras pessoas, outras ruas. Algumas árvores.

Alguns olhares tímidos. Outros nem tanto.
Poucas palavras. Muitos pensamentos. Nenhum sonho.

Faço o que sempre faço. Mesmas ordens, um pouco mais de vontade.

Levanto a cabeça no caminho de volta.

Chego em casa, dou boa noite com um sorriso.

Você está assistindo televisão.

Faço um convite, quero jantar fora. Você fingi que não escutou.

Desligo a TV, mas você nem sequer muda de posição. Permaneço em pé ao seu lado e você sussurra que esse não é o protocolo.

Depois de alguns segundos me toco e peço desculpas. Vou para o quarto e me deito, sem conseguir dormir.

Depois de um tempo você chega, me olha nos olhos e termina sua noite com um "Eu te amo" automático.

Me pergunto em silêncio desde quando viver virou um hábito.

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