Postagem em destaque!

As Lágrimas de Lis.

Ela se sentia triste. Não era "mais uma crise" como sua mãe costumava dizer quando a via trancada em seu quarto escutando The Smit...

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Série - "As coisas que não digo para você" I

Trecho de " As coisas que não digo para você"

"Quando olho nos teus olhos viajo no tempo e revivo o nosso primeiro beijo. Assim passa, um pouco, a dor de saber que o de ontem foi o último... Assim que você desvia o olhar eu volto para o presente e percebo o quanto era feliz ao seu lado, e como fui burro em estragar esse nosso sentimento com coisas pequenas. Coisas da minha cabeça.
Já sofri por terminar um namoro, mas não tinha ideia de como dói terminar um sonho que estava se realizando.
Eu ainda amo você e sei que você ainda me ama. Mas não é só de amor que um relacionamento se nutri e se mantém. E eu aprendi a lição da pior maneira.
Volto para os dias felizes toda noite quando penso em nós dois."

Passagens - O Arquiteto

"Deixem que as coisas que andam, andar; As coisas que nadam, nadar; As coisas que voam, voar; Deixem os que Amam, amar, de todas as formas possíveis, inconcebíveis e impossíveis. Deixe-os amar loucamente."

O Arquiteto, "Triologias"

Série Verônica

Verônica

Acordei de manhã e ela já não estava lá. Pensei; “ Ela deve ter ido na padaria outra vez.” Mas eu sabia que tinha algo diferente no ar naquele dia; Uma ausência.

Levantei de um salto, que nem no primeiro dia que dormimos juntos, corri a casa toda outra vez, peguei a chave do carro e fui em direção a porta, então parei. Olhei para o pequeno objeto que estava jogado no chão, que nem correspondência. Uma única chave sem chaveiro; A chave que eu tinha dado à ela.

Quem sabe eu deva correr atrás dela? Não, já fiz isso muitas vezes, por muito tempo. Não adianta pedir para alguém ficar quando ela já cruzou a porta. Eu sabia que ela poderia sair da minha vida da mesma forma como entrou. E mesmo assim eu quis arriscar.

Fiquei olhando aquela porta sem saber o que fazer por uns quatro minutos, então saí de casa. Não para ir atrás dela, mas para pensar; Pensar em tudo que vivemos aqueles meses.

Acabei por encontrar Lívia, ela estava correndo pelo calçadão como fazia todas as manhãs. Ela parou e começamos a conversar.

Contei o que tinha acontecido e ela me disse que as vezes a vida nos dá aquilo que precisamos no momento certo e nos tira quando aprendemos a superar os obstáculos sozinhos. E que o mesmo acontece com as pessoas.

Eu pensei “ Ela podia ter dito que ela ia voltar.”

Algumas vezes as mentiras são tudo que precisamos ouvir.

Parto dali sem dizer adeus.

Parto dali decidido a encontrar Verônica, uma última vez.

Alex, em "Verônica"

domingo, 29 de maio de 2016

Mom - Music

Walking in a distant place, illusions are my only friends.

Into this journey to meet my maker, I don't hold on Hope, do not hold on Hope.

Know I chose the hardest way, but need to find why I still breath.

Tossed my watch way when i turned left,
The only thing I hold dear is her middle name.

Am I doing it right? Am I doing it right (mom )?2x

Passagem - The Free Spirit of Man

Be it the blessings of God, or, the cursed tongue of the devil, I take full responsibility for the words or orders I listen to. Because I am man.
Infinity and Simplicity in the form of walking Dreams. But if I choose to fulfill the deepest desires within my heart or to be the demise of the human race, I, again, take full responsibility for my acts.
Because I am man.
Because there is no King, Demon or God able to restrain my Will. Because my spirit is free, I am Man.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Era of Solitude

I am the owl who rules over time

There is no mountains I can't trespass.

Under my feet there is no being,

Dead or alive,

Who can stop my mind to fly.

My wings spread far and wide,

The wind refreshes my heart

And the sun remembers me of who I was.

Since the beginning I opened my eyes

twice,

Now I am sleeping for a second time.

But be aware, humanity, for the next time

I wake up,

There will be no gentle breeze to calm

you hearts,

Neither will be light to shine upon

darkness,

Hollowness over life.

From my cage I will break free

And my sorrow share with every soul that

breaths,

And turn everything to nothing and

nothing into everything.

No more dreams or frustrations.

No more choices or regrets.

Then there will be only one decision left

and I already made my choice.

I choose true Peace over the lies of Hope.

And when that day comes to an end

I will close my eyes one last time

And alone I will be no more,

Because I will finally be able to return to

who I was.

And so at the dawn of the fourth day

a new Era of Solitude will begin.

Moça Linda (Canção)

Moça linda.

Moça, linda moça... Que passou por mim ao virar a esquina.
Estes são os versos que compus à ti na esperança de ganhar o teu carinho.

Quem dera eu fosse teu desejo e
dos teus olhos algo além da indiferença recebesse.
Quem dera eu fosse outra coisa. De estranho à amigo íntimo talvez?

Por quê não?

Moça, Linda moça... Que conquistou o meu coração.
Numa tarde ensolarada, teu sorriso despertou minha atenção.

E do perfume dos teus cabelos, de mensageiro (ligeiro) se fez o vento.
O suave balançar dos teus quadris,
Fez o barbeiro quase errar, foi por um tris.

Ah, moça, linda moça.. Como é que vou fazer?
Quero entregar esta carta e, quem sabe, assim te conhecer.

Ah, moça, linda moça... Como é que vou fazer?
Quero te entregar uma rosa e, quem sabe, assim te conhecer.

Termino aqui esta canção.
Quem sabe a gente volta a se encontrar, ao virar alguma esquina, e o teu carinho finalmente vou ganhar.

Moça, linda moça.

O Monstro da Janela. Parte 2

Medos da Meia Noite.

O Monstro da Janela.

Parte 2;

Olhei lentamente a extensão do quarto e vi que o vidro da janela tinha realmente quebrado, mas não em milhões de pedaços. Talvez algumas centenas.

Quando meus olhos repousaram sobre a cabeceira percebi que o abajur tinha sumido. Fiquei sentado na cama e decidi levantar para olhar o quarto por inteiro.

Com cuidado para não cortar meus pés com os cacos no chão, andei até o centro do quarto e de lá pude ver no que ele tinha se transformado.

Parecia que um tornado tinha entrado alí. Meus bonecos tinham caído da prateleira, assim como alguns livros de contos de fada.
Um galho da mangueira do vovô tinha entrado pela janela e rasgado a cortina.
Foi ele que quebrou a janela.

Demorou um pouco, mas  encontrei o abajur.
Com a janela quebrada, a chuva molhou a cabeceira, e ela ficou escorregadia. O vento empurrou o abajur que caiu em cima de uma almofada e por isso não quebrou. Como o vento estava forte ele rolou até o pé da minha cama, fazendo o barulho "oco".
O abajur era o andar do monstro.

Como a cortina estava rasgada, quando o vento soprava parte dela cobria a minha cama. Por isso eu sentia que o monstro estava em cima de mim.
O pedaço de cortina era a sombra do monstro.

Só que tudo isso não teria ganho vida se não fosse pela minha imaginação e, principalmente, pelos meus medos.
Eles eram o monstro.

No almoço contei para mamãe e papai o que tinha acontecido. Papai disse :

- Viu, isso que dá ler estórias de terror antes de dormir.

Então mamãe perguntou:

- Querido , agora que você sabe que não era um monstro , o que você aprendeu?

E eu respondi confiante, porém preocupado:

- Mãe, eu sei que o monstro de ontem era imaginação minha, mas acho que depois de consertar, o papai tem que reforçar a janela.

Ela perguntou o porquê e eu respondi:

- Se um gravetinho conseguiu quebrar o vidro imagine se fosse um monstro de verdade!

Força do hábito

Força do hábito.

Todo dia a mesma coisa; gestos, palavras e olhares repetidos.

As mesmas pessoas na mesma rua. O mesmo concreto. O mesmo cimento.

Cabeças abaixadas seguindo o rastro dos sonhos deixados por alguém. Alguém que deixou saudades.

Faço o que sempre faço. Mesmas ordens, a mesma vontade.

Volto como se nem tivesse ido. A cabeça abaixada.

Quebro a rotina. Não ligo a TV. Me dou uma folga, vou dormir.

Um dia com ar de amanhã começou. Novo talvez.

Então mudo o caminho; outras pessoas, outras ruas. Algumas árvores.

Alguns olhares tímidos. Outros nem tanto.
Poucas palavras. Muitos pensamentos. Nenhum sonho.

Faço o que sempre faço. Mesmas ordens, um pouco mais de vontade.

Levanto a cabeça no caminho de volta.

Chego em casa, dou boa noite com um sorriso.

Você está assistindo televisão.

Faço um convite, quero jantar fora. Você fingi que não escutou.

Desligo a TV, mas você nem sequer muda de posição. Permaneço em pé ao seu lado e você sussurra que esse não é o protocolo.

Depois de alguns segundos me toco e peço desculpas. Vou para o quarto e me deito, sem conseguir dormir.

Depois de um tempo você chega, me olha nos olhos e termina sua noite com um "Eu te amo" automático.

Me pergunto em silêncio desde quando viver virou um hábito.

O Monstro da Janela - Parte 1(Medos da Meia Noite)

Medos da Meia Noite.

O Monstro da Janela.

Era uma noite sem lua. O vento forte fazia a janela tremer. O mundo parecia querer invadir o pequeno cômodo que era o meu quarto. Já não sabia se o lençol e o cobertor, que acreditava serem escudos intransponíveis que me defendiam dos monstros das histórias de papai, me protegeriam do que estava querendo entrar.

Mesmo sem convicção, me cobri todo, me escondi debaixo de camadas e camadas de pano e comecei a rezar.
Então ouvi o barulho estridente do vidro da janela, partindo-se em milhões de pedaços, e indo ao encontro do chão.

No mesmo instante o ar ficou frio, mas tão frio, que tremi como se mamãe tivesse me pego no flagra comendo a sobremesa antes do jantar.
Então algo entrou no quarto. Claro que não vi o que, estava com os olhos fechados e debaixo das cobertas, mas ouvia seus passos perfeitamente uma vez que nenhum outro ruído se fazia. Eu nem respirava de tanto medo!

A coisa vinha em minha direção. De um passo ao outro transcorria uma eternidade em que eu pensava se valia a pena sair do meu esconderijo, não tão secreto, e correr para a cama dos meus pais ou ficar paradinho onde estava, implorando a Deus que a coisa, além de lenta, fosse cega.

Mas para o meu azar a coisa descobriu  exatamente onde eu estava, pois acelerou o passo e com um som oco parou ao lado da minha cama!
Eu sabia que não tinha mais esperanças de fugir para o colo da mamãe então fiz o que toda criança faria em uma situação dessas:
Virei para a parede.

E assim fiquei até que abri os olhos e vi que já era de manhã.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Em Fluxo - Inspirado em Into the Wild (2007) -

Que sensação é essa?

Eu consigo ver o meu rosto enquanto escuto uma música triste.

Se passaram anos desde que me senti tão pequeno e miserável.

Como se estivesse conhecendo a mim mesmo num momento e no outro assistindo a morte do meu melhor amigo.

Todas as dores e todas as risadas voltam lentamente, lembrando-me que esses momentos se foram e não irão voltar.

Nunca mais.

Eu me apaixono pelo mundo e começo a me odiar, invertendo a ordem com o passar de cada estação.

As possibilidades de uma paixão de verão da minha adolescência me assombram nas poucas noites silenciosas de sono que me sobraram.

Eu tomo abrigo da guerra entre o passado feliz que tive e um futuro nebuloso nos sonhos que peguei emprestado da minha infância.

Em questão de segundos viajo por terra, mar e céu de incontáveis mundos em minha alma.

Tentando encontrar a resposta para a questão com a qual venho flertando por um longo tempo.

Porque abri meus olhos em um lugar tão cruel e sem magia?

Talvez eu seja muito novo. Ou, talvez, muito velho para entender como as coisas funcionam.

Mas uma coisa eu sei. Melhor, eu sinto:

Enquanto escuto uma música triste, bem depois da meia-noite, eu me encontro com partes dessa resposta em cada lágrima e arrepio.

E, por enquanto, a resposta é Amor.

Like An Old School Circus ( The Cold Blue Eyes of Alice)

Like An Old School Circus ( The Cold Blue Eyes of Alice) - The Dry Wind Walker
They put me on stage but forgot it was my first day.
And like a crown in an old school circus they Ripped my soul away.
I tried to cry , I tried to cry but it was already to late, there were no tears to wash my shame away. I've lost my innocence.
Ref:
I wasn’t the same! The pure Girl no more.
Only a Vessel, a empty one, With beautiful and cold blue eyes. Just like the Sea back home. 2x
Ref end.
Was it right ? I can’t remember. What did mom said when I've left?
Years living in the countryside made me think that butterflies can fly high up in the sky.
Now those pretty ladies, with theirs rainbow dresses tell me that I am too old for fairy tales.
But I do not believe them at all, the sky isn’t too far. I do not need wings to fly.
I can use my so called pretty head to think about a way in and out.
I wasn’t the same! The pure girl no more.
I ‘m a woman, with beautiful and Mysterious eyes of gypsy.
Twenty years old collegers Think so high about themselves and their Truths, but they did not learn to live as every moment could be the last.
They are just passing by, They are just passing by Life.
But I’m going to live eternally every second.
Because i am here to see and be seem. Listen and scream. Touch and let be touched.
I am here to live. I am here to feel.
I am here to be.

Deadly Viper

Deadly Viper - The Dry Wind Walker
So I’m Here, Deadly Viper, So I’m here Deadly Viper.
You can’t demand anymore of me, I already let your venom cross my blood and mind.
Ripping off the worst and the best of me, I couldn’t even choose which first.
But one thing I have to admit, you saved me.
I would’ve died believing the world is a perfect place to be.
I opened my eyes the moment you screamed in my ears
in a voiceless way.
So I started chasing Dream after Dream like a Hurricane , thinking
If I’m to die that I die in a Crimson way.
With emotion and a hell of a pain, but no tears of regret.
I gonna read, I gonna write and maybe i gonna lose sight of the truth again
but you being with me I sure to find the way back even walking by the Valley of Death.
One thing I do not lack. It’s Faith.
Touch the Light once, and you’ll want to Dive into it.
Many people mistook Angels for Demons And pay the price.
Preferring to be an Ignorant Wolf rather a Foolish Sheep.
I prefer to be a fool; Open to the possibilities and decisions .
I want to meet you, Deadly Viper.

A Outra

A Outra.
[…] Ela correu mas não conseguiu escapar. A Outra era mais rápida. Mais forte. Parecia que estava em todo lugar. A imobilizou jogando seu peso sobre ela. Como podia ser tão forte e tão pesada?
Deu socos, chutes, gritou e chorou, mas não conseguiu se desvencilhar. Então sua perseguidora começou a sufoca-la. Ela agarrou os pulsos da mulher na tentativa de afastar as mãos dela de sua garganta, mas não tinha forças o suficiente. Estava quase desmaiando quando a Outra a soltou. Olhou para todos os lados mas não à encontrou. Percebeu que estava na frente de casa.
Massageando o pescoço onde a Outra tinha lhe estrangulado, foi em direção a janela. Viu que todos estavam reunidos para o jantar e rindo, como costumam fazer aos domingos, mas alguém estava sentado no seu lugar. Alguém muito parecida com a ela.
Não acreditando no que estava vendo ela fechou os olhos e se encolheu junto à parede de casa. Quando os abriu estava deitada na cama, olhando para o teto do seu quarto. Foi um pesadelo.
Ouviu o som de gente conversando na sala, então resolveu descer as escadas.
Chegando lá reparou que a mesa estava pronta para o jantar e que todos estavam reunidos no sofá. Mas tinha mais alguém, que sua mãe prontamente apresentou.
- Olha quem veio passar um tempo conosco filha, lembra da sua prima Júlia?
- Não, não lembro. - Respondeu desconfiada.
- Ela vai estudar na sua escola o resto do ano letivo. - Disse o pai.
- O que? Como assim? Do nada?
- Sua tia achou melhor que ela estudasse na cidade. Além do mais, vai ser bom ter alguém pra ficar de olho em você.
- Não tem graça mãe.
Então a garota se levantou, a olhou nos olhos e disse:
- Pode ficar tranquila tia, nós vamos nos dar muito bem, né prima?
- Claro que vamos. - Disse sem muita convicção.
- Além do mais, é sempre bom ter alguém para cuidar do nosso pescoço.
E com um sorriso macabro, que aparentemente só a menina viu, ela foi sentar à mesa.
Não foi um sonho, foi uma premonição:
A Outra chegou. E ela quer o seu lugar.

Noite, Lamparinas e Um Adeus

Noite, Lamparinas e Um Adeus
- Como assim você vai embora? Logo agora que temos paz?
- Eu não pertenço à este mundo, e vocês sabem disso. Minha missão aqui acabou e há pessoas que também sentem a minha falta.
-Mas e nós? Você acha que não sentiremos saudades?
- Tenho certeza que sentirão tanta falta de mim quanto eu sentirei saudades de vocês todos. Mas nem sempre podemos estar perto de quem gostamos.
- E como eu vou ficar? O que vou fazer com o que sinto por você? O que vou fazer com esse amor?
- Guarde-o em seu coração. Nutra-se dele e seja feliz, pois se nós conseguirmos ser felizes, será como se estivéssemos um com o outro , não?
- E se você esquecer de mim?
- Lá no meu mundo, não temos magia para iluminar nossas ruas, mas temos algo que chamamos de lamparina. Todo início de noite alguém passa e acende as lamparinas por toda a cidade.
Assim como eu pensei que você fosse uma estrela quando me socorreu na noite em que cheguei a este lugar elas também são, de certa forma, estrelas. E eu lembrarei de você, emitindo luz, todas as noites quando as lamparinas forem acesas. Porque você é a estrela que tive a sorte de ver de perto. A minha estrela em terra.
- E se ninguém acende-las? E se ninguém puder?
- "O nosso amor é forte como a Luz do sol", foi o que você disse, não?
- Sim, foi.
- Então o sentirei mesmo por trás do véu das dimensões. Mesmo na noite mais escura, eu amarei você.
- E eu amarei você.

O Relógio Não Poupa

Na nossa troca de beijos e carícias, paladar, audição e tato passeiam pelo jardim dos desejos. Deixo a visão de lado, pois já não te vejo; Te sinto. Nos mínimos milímetros do meu corpo. Em cada suspiro que tiras de mim. Em cada segundo que estou junto de ti, eternos para mim, mas que o relógio não poupa.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ausências

Ausências.
Não preciso de um juiz mas sim de um cúmplice confesso.
Você entende que o silêncio, agora, não é falta de palavras mas sim necessidade.
Então olha em meus olhos e me conforta.
.
O meu crime é o amar e por ele já cumpri mais de uma pena.
E da minha vida de bandido não tenho arrependimentos.
Sou enganador da minha própria inocência.
.
[Sofri e dei gargalhadas, do sertão d'Alma brotaram lágrimas.
De migalhas sem tamanho vivi e por pequena felicidade morri.] 2x
.
Em você eu via o futuro, sono com sonhos e conversas sem frescuras.
À noite eu nem ligava a televisão.
.
Agora meus segundos não têm emoção e os meus sentimentos passam em duas estações.
Ou sinto tudo; ou eu sinto nada.
.
Em testamento deixo para você nossas lembranças.
Minha ausência eterna na cama.
A saudade é cortesia da casa, já o gostinho amargo na boca é por sua conta.
.
[Sofri e dei gargalhadas, do sertão d'Alma brotaram lágrimas.
De migalhas sem tamanho vivi e por pequena felicidade morri.] 3x

Rosa

[...] Como uma rosa, cuja pétalas são os espinhos [...] Beleza venenosa; Fatal.
E que desejo.

Obrigado/ Thank You

Obrigado

Achei que fosse encontrar dor, e você me mostrou o amor.
Achei que a única companheira que teria seria a solidão. Mas você me apresentou amigos.
Poderia não ser quem sou, mas você me deu pai e mãe virtuosos.
Quando caí me deu a mão, quando senti frio me abraçou. Quando senti sede me deu água. Fome, comida. 
Quando perdi, me deu o amanhã.
Quando ganhei, humildade.
Por isso e mais, agradeço.
Obrigado Deus.


I Thought I would find pain and you showed me loved.
Thought that the only companion I would ever have would be Loneliness itself. But you introduced me to friends.
I could be completely different from who I am, but you provided me with virtuous father and mother.
When I've fallen you gave me your hand, When I felt cold you embraced me with your arms. 
When I was thirst you gave me water. Hungry; food.
When I've lost, you gave me tomorrow.
When I've won, humility. 
Because all this, and much more to come, I am grateful;
Thank you Lord.

Sorria Amor

Sorria Amor

Um dia nublado rouba o teu sorriso,
E no vazio que fica me refugio do frio,
Não porque esteja no teu abraço algo que tens e me falta,
Mas sim porque na dor descubro que somos parecidos, acredite,
E os semelhantes se aproximam.

E se no início não fui feliz,
Passarei o meio inteiro em busca do teu sorriso,
Acredite em mim quando digo que até o Fim acenderei o Sol em ti.

Pra cada dia triste plantarei uma semente,
Lembra-te que não só de água vivem as flores,
Regaras todas com suas lágrimas,
Agora dar-lhe-ás um pouco do teu calor.

Já que não podes sorrir por mim ou por ti mesma,
Viva por quem ainda depende do sorriso alheio,
Quem sabe não encontrarás no desabrochar destas,
Alegria verdadeira.

Amor,
Não deixe o vazio em teu peito crescer.
Amor, Sorria amor, não deixes as flores do teu jardim morrerem.
Cuida tu bem delas,
E deixa que eu cuido de ti.

A Morte da Personagem.

A Morte da Personagem.
Então, é isso. Tudo que fiz ou pensei em fazer. Coisas, coisas... coisas não tão boas assim. O amor, a dor, o prazer e o medo. Tudo isto reunido, em festa e velório, no tempo do cair do último grão de areia da ampulheta.
É mágico não é? Eu poderia até dizer que é quase indescritível, mas não serei hipócrita; por toda vida não economizei palavras e não vai ser agora, que a dama em preto me chama para o último ato, que vou me fazer de rogado.
Estou voltando para casa; Pai.. Mãe.
Sim, eu as gastarei. Todas as minhas economias ei de usar. O desejo morrerá comigo. Essa dádiva que me fez chegar até aqui. Essa maldição que me fez parar aqui.
Em teus braços me deitarei uma última vez. Sentirei o seu toque delicado em minha pele e cabelos pela última vez. Seu olhar apaixonado, uma última vez, recai em mim. O amor, este laço que nos une e que atravessa o espaço e o tempo, eu ei de preservar comigo.
Aos amigos, Fiéis escudeiros e companheiros, meus mais sinceros agradecimentos. Meus verdadeiros abraços e beijos. Não há gesto ou palavra que possa comprimir o carinho, a paixão, orgulho ou a gratidão de uma vida constituída de tantas memórias e tantas alegrias. Obrigado. Obrigado. Obrigado.
Estou voltando para casa; Mãe... Pai.
Na imortalidade das palavras repousará para sempre o meu espírito mortal; hora medroso, hora corajoso porém sempre vivo. Sempre errante, sempre amante das aventuras e desventuras; Sempre sonhador.
Então é isso. Com o cair do último grão de areia, retorno ao monte de onde passei de sonho à realidade. Não serei mesquinho: deixarei sonhos e fantasias para as crianças e memórias de um passado saudoso para os mais velhos.
Meu último sorriso, meu último tremer de sobrancelhas que antecede o meu último choro. A última lágrima acompanhada por um último eu te amo. Um último olhar. A última resistência. O último desistir. Um convite para dançar. Eu aceito. Dou meu último suspiro.
Fim.
The end.
C'est fini.
Et Finis.
E agora, Gênesis. Vida, Por favor. Dei-nos vida.
Queremos Sonhar.

Last Resolution

Last Resolution.

I finally realize,
Every second gone were the last of its own kind.
Slowly, the veil of immortality which I
dressed myself with, for so many years,
dissipates before my eyes.
At the beginning my soul was painted in
shades of fear.
Fear of what I thought to be an incurable
disease that consumes the body day
after day and worked tirelessly at night,
opening its way to one's heart.
Now that even my mind, my safe port until now,
is failing me,
I am, at last, in peace.
My gray hair is not a memento that what
is left are a couple of years,
Neither is my thin skin a sign that the end is near,
It is, for me, a message that an old friend
Is coming. And we have a lot to talk about.
The friends that have gone ahead of
me are waiting, I am sure, to blabb
about how I am a slowpoke.
But before I go to our meeting I will make
sure that I have fun,
I don't want to leave the impression that I
was just passing by.
Every second gone were the last of its own kind,
So I will make sure to live whichever is left.
I will make sure to have lived enough to be happy.
I will make sure that I have lived.

domingo, 22 de maio de 2016

Vivo

A cada vez que me arrisco a atravessar a cortina, densa e nebulosa, que separa (?) o passado do futuro, ficam mais nítidas as personagens, caricatas e deslumbrantes, que cada um de nós, sendo os exímios atores e atrizes que somos, invocamos, interpretamos e personificamos; Vivemos.

Human

[...] I am no Angel, neither am I a demon. I am human; Infinity in its smallest, yet wondrous form. 

Verônica

Verônica

Noite após noite, eu vivo juntando esquinas. Cruzando portas vermelhas sem endereço fixo. Me perguntando: Onde está você Verônica?

Entre garrafas de Vodca e maços de cigarro barato lembro nosso encontro.

Acordo na rua, estirado e pelado, sob um céu de um azul feio.

Volto pro carro e ligo o rádio numa estação de corno abandonado.

Quem sabe assim eu chore, sinta raiva e te esqueça.

No embalo do Tim me arrasto a mais de cem nas estradas da vida, mas nenhuma vai até você.

Mais uma noite, mais esquinas e ruas sem saída. Encontro um orelhão e ligo pra mãe, que promete fazer em três dias o que não consegui em três anos.

Não durmo, volto pro carro. Corro e nas curvas não desacelero.

Quase meia-noite, paro e me deparo com homens da lei em seus quase ternos da justiça, arrumando confusão com uma garota em praça pública.

Provavelmente uma prostituta.

Quem sabe ela sabe onde está Verônica.

Vou ajudar a moça, agora  sou advogado. Com respeito e sem medo peço pro guarda: “ Deixa a jovem voltar pro puteiro (galinheiro)”.

Eles abrem exceção e mandam ela pedir demissão, que ali é lugar de “família”.

Aqui é o centro, penso.

Olho bem pra ela e sinto que já experimentei desse cheiro.

Eu pergunto onde ela dorme e ela responde: “ No Cisne”.

O ninho vazio de Verônica.

Pergunto se ela conhecia uma dançarina com olhos azuis e cachos dourados.

Ela responde: “ Deve ser a Márcia, a Menina Nova”.

Nova? Desanimei, mas ainda tinha fé. A mãe pediu paciência, aliás ainda faltam dois dias.

Chego na casa. Passa modelo atrás de modelo. Mas não gosto de barbie.

Então começa o show, as cortinas se abrem e uma princesa sobe no palco ao som de aplausos.

Também bato palmas. Não sou mal educado.

Ela começa a dançar e eu sinto algo. Ela começa a cantar e o meu relógio para. Puxo uma nota de cem e balanço no ar.

Ela se aproxima e tenta pegar, eu puxo a mão para baixo e ela morde o lábio.

Então me olha nos olhos.

Um par de olhos azuis, olhos de Verônica.

Ela me reconhece e para a dança, fica estática. Dessa vez mantivemos o olhar por mais de quatro segundos.

Eu sussurro: “ Te encontrei Verônica.”

Ela responde: “Você está me confundindo com outra menina, Eu me chamo Márcia.”

Eu grito: “ Mentira!”.

Ela encerra o espetáculo e sai do palco, de casaco.

Me levanto e vou atrás dela. Já estamos na rua.

Volta e meia se vira para ver se a estou seguindo. Ela sempre se irrita.

Ela acelera o passo e atravessa a avenida sem carros. Eu resolvo pegar o meu na esquina e ir atrás.

Ela se assusta e para na calçada.

Eu paro o carro e desço dizendo: “ Você não vai fugir mais de mim”.

Ela parte pra cima; Chute, soco e tapa no rosto.

Diz para eu desistir dela, que nunca ia dar certo esse nosso rolo, mesmo com clima. Que eu não a conheço.

Eu ignoro e me aproximo. Ela se afasta e começa a gritar.

“ Você está me perseguindo ou você só gosta de prostituta mesmo?

Porra! Me deixa em paz!”

E tenta me dar outro tapa, mas dessa vez eu a seguro e à abraço.

Ela esperneia, se debate e grita. Mas logo fica em silêncio e me aperta.

Então vem o choro.

Sem nos separar olho ela no rosto e digo: “ Está chovendo no seu céu“.

Ela ri e diz “ Você é ridículo”. Então a levo pro carro e corro sem medo.

Chegamos em casa, vamos pro meu quarto e sem cerimônia ela tira o casaco e me empurra na cama.

Ela: “ Estou te devendo uma dança, não estou?”

Manda eu tirar a camisa social branca e a coloca.

Se mexendo como se estivesse no palco ela sobe na cama e monta em mim.

Me morde o pescoço, me beija o rosto e me arranha no peito.

Digo: “ Eu gosto desse jeito”. Ela diz: “ Silêncio”.

Então olha nos meus olhos e diz: “ Estou com medo”.

Eu respondo “ Eu também, mas preciso de você”.

Então ela me beija. E não para de me beijar.

Tira a parte de cima do biquíni e beijando meu pescoço vai se esfregando devagar.

Eu sinto o calor dos seus seios encostando no meu corpo.

Fico excitado e a pressiono contra mim. Mordo seu pescoço.

Ela dá um suspiro. Me arranha de novo.

Desce lambendo meu abdômen e desafivela meu cinto.

Abre minha calça e a tira com cueca e tudo.

Brinca um pouco, me levando a loucura.

Volta e meia me olha nos olhos pra ter certeza que estou vendo o que ela está

fazendo comigo. Não aguento mais de tanto tesão. Agora é minha vez.

Tiro ela de cima de mim e inverto os papéis.

Agora quem se diverte sou eu. Ela puxa meus cabelos. Geme e arranha minhas costas. Eu nem ligo mais.

Ela não aguenta mais e entra em Nirvana.

Me manda come-la com força e agora.

A puxo para a beirada da cama e começo.

Fazemos de tudo. Até dormimos juntos.

Meu primeiro sono tranquilo em anos.

Quando acordo, não encontro Verônica ao meu lado na cama.

De um salto procuro pela casa toda, em vão.

Me desespero. Pego a chave do carro, mas não encontro as chaves de casa.

Nessa hora a porta abre, e entra Verônica. Com um saco de pão no braço e no outro uma sacola de supermercado.

Ela me olha e diz “ Pensei em fazer algo especial pro café da manhã. Você tem um sono pesado sabia?”

Relaxo e penso: “ Está tudo certo. Agora está”.