Postagem em destaque!

As Lágrimas de Lis.

Ela se sentia triste. Não era "mais uma crise" como sua mãe costumava dizer quando a via trancada em seu quarto escutando The Smit...

terça-feira, 24 de maio de 2016

A Outra

A Outra.
[…] Ela correu mas não conseguiu escapar. A Outra era mais rápida. Mais forte. Parecia que estava em todo lugar. A imobilizou jogando seu peso sobre ela. Como podia ser tão forte e tão pesada?
Deu socos, chutes, gritou e chorou, mas não conseguiu se desvencilhar. Então sua perseguidora começou a sufoca-la. Ela agarrou os pulsos da mulher na tentativa de afastar as mãos dela de sua garganta, mas não tinha forças o suficiente. Estava quase desmaiando quando a Outra a soltou. Olhou para todos os lados mas não à encontrou. Percebeu que estava na frente de casa.
Massageando o pescoço onde a Outra tinha lhe estrangulado, foi em direção a janela. Viu que todos estavam reunidos para o jantar e rindo, como costumam fazer aos domingos, mas alguém estava sentado no seu lugar. Alguém muito parecida com a ela.
Não acreditando no que estava vendo ela fechou os olhos e se encolheu junto à parede de casa. Quando os abriu estava deitada na cama, olhando para o teto do seu quarto. Foi um pesadelo.
Ouviu o som de gente conversando na sala, então resolveu descer as escadas.
Chegando lá reparou que a mesa estava pronta para o jantar e que todos estavam reunidos no sofá. Mas tinha mais alguém, que sua mãe prontamente apresentou.
- Olha quem veio passar um tempo conosco filha, lembra da sua prima Júlia?
- Não, não lembro. - Respondeu desconfiada.
- Ela vai estudar na sua escola o resto do ano letivo. - Disse o pai.
- O que? Como assim? Do nada?
- Sua tia achou melhor que ela estudasse na cidade. Além do mais, vai ser bom ter alguém pra ficar de olho em você.
- Não tem graça mãe.
Então a garota se levantou, a olhou nos olhos e disse:
- Pode ficar tranquila tia, nós vamos nos dar muito bem, né prima?
- Claro que vamos. - Disse sem muita convicção.
- Além do mais, é sempre bom ter alguém para cuidar do nosso pescoço.
E com um sorriso macabro, que aparentemente só a menina viu, ela foi sentar à mesa.
Não foi um sonho, foi uma premonição:
A Outra chegou. E ela quer o seu lugar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário