Postagem em destaque!

As Lágrimas de Lis.

Ela se sentia triste. Não era "mais uma crise" como sua mãe costumava dizer quando a via trancada em seu quarto escutando The Smit...

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Contos de Airehte. Fragmento VII. Fantasia

Nos primeiros momentos os dois soldados permaneceram onde estavam, mas logo deduziram que eram alvos fáceis mantendo aquela posição e que a fumaça servia apenas para facilitar o objetivo de seu oponente. Entretanto a mulher fez algo que Marue não esperava: Com as mãos unidas, juntou as pontas dos anelares dobrados e esticou os dedos indicadores, também unidos. Este gesto era conhecido muito bem pelo Arcano que já tinha enfrentado diversos de seus conhecedores; os Arcanos de Terra. Em seguida sentou,fincou os dedos indicadores no solo e em pouquíssimo tempo paredes de terra dura foram erguidas na frente dos dois sobreviventes, impedindo a visão de Marue'Nir.

"Eles querem fugir pela floresta!" pensou o mestiço, que logo saiu de trás do tronco que usava como base. Correu em direção ao centro da clareira enquanto projetava esferas de fogo das chamas dos demais troncos e as disparava contra as árvores atrás da parede de terra. As árvores que entraram em combustão formarão um paredão de fogo e pelo seu cálculo eles não tiveram tempo de chegar até o restante da floresta. Marue não queria causar um incêndio mas não podia se arriscar numa caçada sendo que ele ainda podia estar sendo caçado.

Porém, por não terem desistido de seu objetivo inicial ou por perceberem que tinham entrado num embate de vida ou morte, os soldados não criaram aquela barreira toda para terem uma chance de escapar mas sim para tirarem o espião de sua base e terem a chance de ataca-lo no corpo a corpo; eles usariam da fumaça e as táticas de guerrilha do fugitivo contra ele.

Assim que Marue chegou perto da barreira de terra a sessão dela a sua frente explodiu e seus pedaços foram todos em sua direção; a soldado utilizara a arcana da propulsão de rochas  para feri-lo com os fragmentos da barreira. O mestiço só teve tempo de proteger o rosto e peito com os braços. Assim que o fez escutou a mulher gritando: " Agora Orcil!". O velho tinha subido numa plataforma de terra que superava a altura das primeira barreiras e ao som do comando de sua companheira pulou de lá com a espada de duas mãos erguidas sobre a cabeça. Marue'nir conseguiu desviar da espada do velho, por muito pouco, ao se jogar para a esquerda; o chão onde esteve segundos antes ficou completamente raçado com o impacto do golpe do soldado mais experiente. Entretanto, ela estava esperando esta esquiva de Marue'Nir e já tinha calculado o trajeto que o mesmo faria. Quando este se ergueu  a soldado desferiu um golpe de adaga visando o pescoço do fugitivo; golpe que não acertou o alvo. 

No momento que se levantou, e a adaga da mulher já estava na trajetória de seus pescoço, o arcano impulsionou seu braço esquerdo conjurando e disparando uma esfera de fogo contra o chão. A arcana deu velocidade suficiente ao movimento do mestiço que interceptou a adaga da mulher. Entretanto, a força do impacto foi o suficiente para quebrar seu braço, que só não foi decepado a meia altura do ante-braço pelas manoplas que o mesmo estava usando. Aproveitando a força que o impacto do golpe sofrido proporcionou o mestiço realizou um chute giratório que pegou em cheio a mulher na altura das costelas. Pega de surpresa pela contra-medida adotada pelo espião a soldado recebeu o golpe sem defesa alguma e caiu no chão, se contorcendo de dor. provavelmente alguma costela foi quebrada.

(Continua)


terça-feira, 28 de junho de 2016

The Prince of The Eternal Night. Fragment II.

There were light. He could feel it during the first moments of his awakening, but the world felt his presence and quickly all the things that shine, from the fireflies at the woods near the cemetery to the two suns in the sky, hid themselves. But that too, as all things before his eyes, ended in matter of moments.

He slowly raised his chest. Now, sitting on the mortuary bed he had been sleeping on for so long, he began to breathe a little. Breathe was one of the things he learned with the friends he made between the mortals.

The very air entering his body had given a completely new meaning to his awakening. He started thinking on all his actions along the centuries after they found him for the first time and decided: He would do things in a different way this time. He would not rule with tyranny, instead  he would rule with justice and heart. But never again he would run from his responsibilities, whatever they were; the atrocities of war or the passing of judgement. And never again would he be deceived.

This time he would finally wear the Crown of the Night and would be truly a Lord of Dawn and Dusk.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Four walls (Lyrics) part I.

The world isn't so beautiful from this side

but it is safer, safer than...

Running wild like we used to,

the life I miss and fear.

Where were you when I stepped off the road?

I was crying and hurt.

You wasn't near so they found me...

The pain, loneliness and hate.

All the things that cling on me when I breath,

Drowning me in plain air.

There are dreams in my head,

scratching all four walls.

Pushing me to the edge, and screaming in my ears:

Jump! Jump! Jump! and...

Jump! Jump and end it.









sexta-feira, 24 de junho de 2016

O Sol e a Pequena Fada.

Dance pequena fada enquanto o sol ainda brilha. Não desperdice um segundo do dia com coisas tristes e medonhas.

Dance pequena fada enquanto ainda há tempo, pois logo o sol irá se por e não poderás ser criança.

Pequena fada, por quê parou de dançar? Não vê que logo os monstros sairão de suas tocas para te caçar?

Agora é tarde para retomar a dança minha fada. Já não és mais tão pequena assim.

Corre fada, eles estão quase a te alcançar e não mais serás minha.

Olha o que fizeram contigo... Não és mais pequena ou fada. De fato, já não és mais minha.

E agora o que será desta criatura, tão solitária, sem aquela que dançava para mim?

Será que algum dia terei novamente motivos para alvorecer?


The Prince of the Eternal Night, Prelude of a New Reign. I

"Will you rise now that everyone around have fallen? 

You, son of  Immortals, that have chose to live among the small. 

You denied your powers and responsibilities.

You thought that by slowly camouflaging with the weak those that seek your throne would be kept at bay, unknowing your whereabouts... but you were miserably wrong my boy.

During this slumber of yours the universe changed.  

Those once known as gods  are falling by their hands, faster than I pour tears. Our brothers and sisters are dying, while you are here, in this graveyard, mourning the death of the one responsible for all this.

I beg you, Lord of the Lords, rule the world once more and bring justice upon our enemies.
Command us in this war and forever, my Lord. 

And she shall be yours again.

Because she is alive."

And the Prince of The Eternal Night opened his eyes for another day.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Heróis, Loucos ou normais; Palavras que nos constituem.

Abro os olhos e logo perco um pedaço de mim. Qual pedaço eu não sei.

O que sei é que ele me definia. E se não o tenho mais, o que eu sou?

A busca constante por algo que não sei ao certo o que é, mas julgo ser a felicidade?

Ou sou a busca daquilo que me levará à morte?

Quem sabe, talvez, eu não esteja buscando ambos. Quem sabe ambos não sejam a mesma coisa?

A única certeza que tenho é que me enganaram e me roubaram.

Vim ao mundo nu e a grande diferença do agora para o passado é que sei que estou pelado.

E todos me olham e todos me constrangem. E a todos observo e a todos julgo.

Em pouco tempo me vejo dando a mão para mais um que ainda não abriu os olhos.

Faço a ele A oferta irrecusável que também me foi feita:
A inocência ou a vida.

Sem ter muito para onde correr, todos acabam tornando-se eternos perseguidores de si mesmos.

Ou melhor, quase todos; os poucos que resistem são os Heróis (Ou vilões) e os Loucos.

Livres ou quase livres das amarras que nos prendem à este cotidiano frustrante e ao mesmo tempo nos dão condições de voar mais longe que qualquer pássaro. Fantasias e mais fantasias.

Será que eles vivem em mundos distantes ou será que eles simplesmente não sonham?

Quem sabe um dia, quando eu voltar a fechar meus olhos, eu descubra.

Quem sabe, na próxima vez... Eu lute e vença.


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Cortes e Recortes. Fragmentos soltos de Contos aleatórios. I

Cortes e Recortes. Fragmentos soltos de Contos aleatórios

"Nesses anos, enquanto eu corria atrás de vestígios da sua presença, nos mais distintos lugares, eu encontrei pessoas que me marcaram. Pessoas que, me arrisco a dizer, por mais rápido que tenham passado pela minha minha vida, deixarão saudades. Porém, mesmo tendo encontrado tantas figuras fabulosas e peculiares eu não deixava de te procurar, sempre retornando à estrada.

                                               ~Silêncio e troca desconfortável de olhares~

Eu achava que o dia em que você partiu fosse o dia mais triste da minha vida. Eu estava enganado.
Agora, olhando nos seus olhos, eu tenho a certeza que hoje é o pior dia da minha vida, pois não tenho mais o conforto que a esperança, de que você ainda me amava, me fornecia. 

Compelido a enfrentar a dura realidade que mantive suspensa por quase três anos eu chego a conclusão de que não saberei se sou mais feliz agora que nossa desventura de amor chegou ao fim. Só o tempo e todas as coisas ele traz consigo poderão dar sentido a dor que sinto."




sábado, 18 de junho de 2016

Contos de Airehte. Fragmento VI. Fantasia

Pensou em se esgueirar silenciosamente até os dois, mas não existiam troncos posicionados numa distância plausível dos alvos e que servissem de cobertura para sua ação sorrateira. Teria que faze-los se movimentar pela clareira, mas estava sem dispositivos arcanos. Só restava ao arcano lançar mão das artes para agita-los e criar uma abertura. Porém, depois de meditar um pouco sobre a dificuldade do plano inicial, chegou a uma solução diferente: usaria os troncos para, ao queima-los, produzir fumaça que dificultasse a visibilidade dos dois soldados. Não precisava fazer com que se movimentassem, podia se aproximar sem ser notado e dar o bote.

Não podia entregar sua posição, logo não poderia usar arcanas de longa distância; não queria correr o risco dos dois perceberem bolas de fogo cruzando os vãos entre os troncos. Agitaria as partículas de fogo ao redor dos restos de árvore para fazer com que entrassem em combustão. Fechou os olhos e mentalizou a clareira. Mudou seu foco para os troncos espalhados ao redor dos dois alvos e, facilmente, trouxe a tona lembranças referentes à ação do fogo sobre as coisas. Entretanto, o prazer obscuro que o mestiço sentia em incendiar seus alvos nas batalhas começava a tomar conta dele. Afastou a nostalgia rapidamente. Não podia perder a medida da vibração que criava; não era seu intuito explodir a clareira num frenesi piromaníaco. Tinha que manter o controle. Não demorou muito e abriu os olhos dando o comando: "Queime". Assim que o fez chamas romperam das fendas nos troncos e fumaça começou a povoar a clareira que cada vez mais se assemelhava a um campo de batalha.

(Continua)

Musiquinha de sábado ( falta título)

Quando entreguei o meu coração à você fiquei tranquilo.

Ele está mais seguro com você  do que comigo, foi o que pensei.

Por isso quando  deu a partida... E o jogou pela janela que nem bituca eu chorei.

Mas mesmo assim, no meio da noite, você me vem..

E como desejo que toque mais uma vez com essas mãos que me conhecem tão bem.

O amor/ não há rancor/ no calor de dois corpos que sentem a falta de ser um.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Contos de Airehte. Fragmento V. Fantasia.

Pela inquietação deles e a forma pela qual o garoto adentrou a clareira o espião percebeu que eles não tinham a capacidade de localiza-lo pelo método das vibrações; eram incapazes de sentir sua essência ecoando na natureza. Marue'Nir concluiu que eles estavam sendo utilizados como peões a serem sacrificados. O líder dos soldados estava, provavelmente a espreita, no aguardo de uma brecha oportuna na defesa do espião e usava os coitados como distração. Mesmo sabendo disso, Marue não podia se arriscar numa tentativa de aproximação amigável; acabara de matar um aliado dos dois sobreviventes na frente deles e não sabia qual o grau de afinidade eles tinham entre si.

O arcano chegou a conclusão de que tinha três opções: Podia tentar fugir sem terminar a matança que começou. Para ele seria simples despistar o velho e a mulher, mas o que o impedia de dar seguimento imediato ao plano era o sumiço misterioso do líder do bando. Era provável que da mesma forma que armou para que os soldados não escapassem o comandante tivesse feito o mesmo pensando nele. A outra era eliminar com os dois soldados restantes e chamar o último perseguidor para o combate corpo-a-corpo ali mesmo na clareira. E a terceira opção era coagir um dos sobreviventes de forma a receber deste informações referentes ao tal líder. Deixa-lo viver ou elimina-lo seria uma escolha que dependeria de como o sobrevivente se portasse.

Entretanto só precisaria de um sobrevivente e a probabilidade de sucesso do plano dependeria de quanto este sentisse que sua vida estava em risco. Sem titubear escolheu o velho como sua última vítima. Agora só restava pensar como mata-lo se expondo ao mínimo a ataques de terceiros.

(Continua)

Contos de Airehte. Fragmento IV. Fantasia.

Não teve que esperar muito. Ouviu o barulho de pessoas descendo de suas montarias pouco tempo depois de se posicionar num dos galhos mais altos e escondidos da árvore. Poucos instantes se passaram até que escutou o grito de uma das vítimas de suas armadilhas e em sequência a correria dos sobreviventes das minas. Não perdeu tempo e detonou as duas primeiras levas de bombas de vapor. A partir daí tudo ocorreu como planejará: Sem ter para onde ir, os sobreviventes seguiram pelo corredor livre de vapor e acabaram detonando as granadas de estilhaços ao esbarrarem nos fios que as conectavam. Mais mortos em questão de segundos. Os últimos perseguidores foram pelo caminho que sobrará e chegaram até a área central do perímetro de Marue. No total sobraram três: Uma mulher e dois homens; um rapaz e um veterano da Guarda, presumiu o mestiço. Dois vieram do corredor esquerdo e um do corredor direito.

Antes que o sobrevivente solitário do lado direito conseguisse se unir aos demais Marue'Nir se aproveitou da distração dele ao vê-los, apontou para ele uma flecha e disparou. A flecha perfurou o pescoço do jovem soldado e ficou atravessada, enquanto o pobre coitado caí no chão e se afogava no próprio sangue. Sangue que escorria em abundância do ferimento. A mulher demorou alguns segundos, mas percebeu de onde a flecha tinha vindo e rapidamente arremessou uma granada de raios; eles o queriam vivo. Queimado, mas vivo. Entretanto, o Arcano não esperou em cima da árvore a reação dos que estavam no chão. Assim que disparou a flecha desceu do galho em que estava e escondeu-se atrás de um dos troncos caídos. Não precisava se certificar que acertara o garoto. A demora da mulher fora suficiente para que pudesse se esconder sem ser visto. Não queria ir para a luta corpo-a-corpo com eles. Seria mais rápido, mas desde que os soldados adentraram a floresta Marue não sentia a presença de seu líder e não queria  dar uma possível abertura para um ataque que, sem dúvidas, seria fatal.




terça-feira, 14 de junho de 2016

Twenty one years

Twenty one years of revolution tonight, I don't know if I am going to bed or jail.

My mind is a battleground where good and evil are one and the same.

I feel like I am breaking apart.

There is no way to know if this is the right road to take,

The only certainty is that I'm a walking past in love with an airborne future.

I smile while I cry but I am no sadistic ,

I'm just your usual child in the body of an adult.

Begging not be thrown in an dark alley or abandoned road.





Her answer.


"I don't want just your false smile or your theatrical moans.

I want the pain, the tears and blood. Not only the doll, give me the soul too.

I want everything you unchain when you hide in your panic room.

I want the one your are when you take for a mother another prostitute.

Call me whatever you want; libertine or impure. I prefer to keep living this way rather than die pretending to be "good".

I love and adore everything about you"

That was what I said.
So, why did you leave again?

I went out to search for you, seeing if I could find your moans, sweat and love in others mouths, skins and beds.

But I couldn't. I knew from the beginning; you were dead.

And so, I kept walking through the alleys after midnight. A bottle of cheap wine on one hand and my ill heart on the other.

Forgetting names, faces and the warmth of those that made me company in the cold nights of winter in your absence.

All this long time of suffering, with a few moments of joy, to find you drugged and numb in the darkest of all the sad alleys I have walked through.

Looking into your eyes the same way I did on the night we met, Right here, right now I ask you one last time: Have you find it away from me? Have You found freedom?

Poem of a Love story.

- I looked to the skies, hoping my wishes would stick to the clouds.

I walked through the land only to realize some mountains are not meant to be climbed.

I travelled to a faraway garden to find a piece of your beauty, since you left me without any memory of our love History. -

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Between Stations. Música. Lyrics.

Between Stations 
 Another day, the same hour, at someplace between the stations.
Sitting side-by-side with some strangers.
But yet I feel, in the air, That kind of thing That seems to happen only on first dates.
Perhaps I am just feeling blue, I’m not too sure and you know why.
'Cause Love isn’t an perfect equation and so are the results of our fights.
Maybe i am just confused about everything, and
I miss you so much that 
makes me anxious to
meet you again like the old days.
Will we meet again like the old days?


I look at the Big Clock it’s already seven ( only three hours more ) but
my Sun refuses to go down.( And I don’t know why) 2x


The stars fight each other trying to decide whom light is brighter but mine is the highest in the sky.
And I look again at the Clock it is finally Ten. I can’t hold myself anymore .
I miss you Love.
So I’m getting on the bus, face the road and dream about
waking up by your side tomorrow.
So I’m getting on the bus, face the road and dream about waking up by your side.

domingo, 12 de junho de 2016

Contos de Airehte. Fragmento III.Fantasia.

Continuou pela trilha até avistar uma parte da floresta, a esquerda, que lhe daria certa vantagem na batalha que estava por vir. Como enfrentaria sozinho um grupo de nove, de acordo com o número de vibrações que sentia, precisava ter a vantagem do terreno: O embate deveria ocorrer onde as árvores estivessem espaçadas de forma que favorecessem sua movimentação e atrapalhassem a coordenação e percepção de seus inimigos.

Desceu de sua montaria e com o assobio adequado sinalizou que ela deveria seguir em frente a todo vapor. Caso a luta durasse mais que o esperado talvez avistassem a montaria com o manto da Frente de Libertação e a notícia chegaria, em tempo "hábil", até as forças estacionadas na vila fronteiriça com a floresta. Entretanto, Marue'Nir sabia que mesmo sem guia e carga sua montaria não cruzaria a frontreira da floresta em menos de vinte minutos, logo não poderia contar com ajuda em um período de pelo menos quarenta minutos, sendo otimista. Mas isso não o tirava a concentração; aquilo tudo estava mais para hipótese que um plano propriamente dito.

Abriu as duas malas e separou os dispositivos que utilizaria. Como contou na estalagem, quando descobriu que estavam em seu encalço, tinha trinta e duas bombas sensíveis de vapor, seis minas de estalagmite, doze granadas de estilhaços e um ruptor, sendo que este último guardaria para o líder.  Calculou que ainda restavam cerca de cinco minutos até que o grupo chegasse no ponto da estrada em que parou. Sem encobrir direito as pegadas que deixava e sem perder mais tempo, adentrou a floresta e espalhou estrategicamente entre as raízes das primeiras árvores paralelas a estrada bombas sensíveis de vapor, que só explodiriam com sua ativação pelo próprio Marue. Em seguida colocou quatro minas de estalagmite entre algumas árvores aproximadamente vinte e cinco metros da estrada e ao lado destas colocou uma série de bombas de vapor que impediriam que os grupo seguisse em frente.

Queria poder usar algo mais "quente", o que favoreceria sua Arte Arcana, mas não queria iniciar um incêndio e atrair a atenção de mais criaturas hostis. Os habitantes da floresta protegiam-na desde dos tempos dos Governantes da Noite e o espião não pretendia se tornar alvo da fúria de tais criaturas.
De fato, teria grandes dificuldades caso aquela luta fosse elevada para um embate entre Arcanos. Aquele era o pior lugar para um mestiço de fogo que não sabia seu elemento par. Caso esse cenário virasse realidade Marue estaria em grande desvantagem. Ele precisava fazer o melhor uso possível de seus dispositivos arcanos e com eles eliminar ou incapacitar os oito mais fracos. Pelo tamanho das vibrações deveriam ser simples soldados com domínio básica de Arcanas de combate; o suficiente para nocautear camponeses ou arcanos iniciantes exaltados, mas não um conhecedor do quarto círculo como Marue. 

Colocou algumas granadas de estilhaços nas fendas das cascas de algumas árvores que margeavam as rotas que seriam usadas por aqueles que tentariam escapar do vapor das bombas e as minas, cujo o numero eles não desejavam conferir. Não podendo voltar e muito menos seguir em linha reta, seriam forçados a correr para as rotas  diagonais onde as granadas incapacitariam, na contagem do fugitivo, ao menos mais três soldados. Os sobreviventes destas duas ondas de ataques, já atordoados, seriam direcionados para a zona central do perímetro montado por Marue'Nir. As bombas restantes fariam esse papel impedindo que se dispersassem entre as árvores. No meio desta zona está uma clareira onde uma única árvore permanecia de pé. As demais e seus fragmentos estavam deitadas no chão no que parecia o resultado de um embate entre dois animais ou monstros. Não havia carcaça para se identificar a espécie e o espião estipulou que fossem encouraçados machos.

Seria nesta clareira que o mestiço iria enfrentar diretamente aqueles que tentavam captura-lo. Enquanto isso, esperaria na copa daquela árvore solitária o iniciar e cessar dos gritos de seus inimigos. 

(Continua)

  

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Verônica narra. Primeiro Fragmento. Adulto.

Nunca deixavam eu ficar acordada depois da meia-noite. Raramente deixavam eu ficar na sala até onze e pouco, geralmente quando tinha algum tipo de visita e olhe lá.
Quando me forçavam a ir deitar eu não aceitava calada e desatava a perguntar o porquê. Nem sempre recebia uma resposta, quase sempre um olhar fulminante daqueles que os pais não dão mais, mas quando recebia eram sempre as mesmas: " A madrugada não é pra criança." ou "Isso não são horas de criança estar acordada" ou então era a tal hora da bruxa.
Agora, que eu vivo mais na madrugada que quando há luz do sol, eu sei verdadeiro motivo: Rola muita merda enquanto os "cidadãos de bem" dormem. Ou melhor, fingem que dormem. Já vi e peguei muito mauricinho que paga de bom moço mas que adora uma boa putaria com garota de programa. Alguns nem tiram as alianças.
Mas não é o tipo de sacanagem que você escuta vindo do quarto do vizinho ou dos seus pais quando eles acham que você está dormindo. É putaria pesada. É nas primeiras horas do dia que as pessoas soltam o que há de mais íntimo e que sentem mais vergonha. Vergonha que passa na primeira estocada. Ou no primeiro tapa.

(Continua)

Contos de Airehte. Fragmento II. Fantasia.

O fato do perseguidor não ocultar sua presença na caçada indicava duas coisas: Ele acreditava piamente que, de qualquer forma, o resultado daquela perseguição seria favorável  à ele ou ele sabia, por mais que o mestiço tentasse abafar o ruído da sua presença, exatamente onde estava seu alvo. Porém,  Marue'Nir começava a perceber que uma terceira possibilidade estava claramente se apresentando como o que realmente estava acontecendo: eram ambas a coisas. A saída da floresta mais próxima à algum lugar protegido por forças aliadas da Frente de Libertação e Resistência ainda estava quilômetros dali e a opção que um fugitivo experiente, sozinho e com conhecimento da área escolheria era a de se esconder na floresta para despistar seus perseguidores e vagarosamente dirigir-se à saída sem retomar a trilha principal, desviando de Terrores, monstros e espíritos hostis. Uma alternativa necessária, porém, muitas vezes mais perigosa que enfrentar os inimigos.

Agora, pelo referencial do perseguidor, sabendo do destino do alvo e da referente distância logo presumiria que a tentativa de o despistar era a escolha mais provável da presa. Logo permanecer tão oculto quanto o alvo era um pré-requisito para o sucesso da missão naquele ponto. Ao não faze-lo, aquele caçador misterioso mandava uma mensagem à Marue. E a mensagem era clara: " Eu sei onde você está".

Sendo assim,  ao jovem fugitivo só restava uma escolha: enfrentar a coisa e os demais que o perseguiam, na esperança que a convicção do causador daquela vibração e sua própria sensibilidade estivessem equivocadas. Mesmo que os anos de espionagem sussurrassem em sua mente que ele não estava errado.

(Continua)

Contos de Airehte. Fragmento inicial. Fantasia.

Marue' Nir  sabia que estavam quase o alcançando. Também sabia que não podia exigir mais de sua montaria numa trilha tão irregular e esquecida no meio da floresta. Especialmente naquela floresta. Tivera sorte, de certa forma, que o único perigo a ameaça-lo naquele momento era um perigo conhecido e esperado. Enuin Haziferr guardava muito males conhecidos pelos povos de Airehte mas os que realmente marcavam presença nos piores cenários imaginados pelo mestiço velado de fogo, desde que decidira entrar na floresta maldita para fugir, eram aqueles conhecidos apenas pelos poucos que se atreviam andar pelas trevas mais densas deste mundo. Pessoas como ele e pelo menos um de seus perseguidores.

Ele podia sentir que quem quer que estivesse liderando aquela busca por ele não pertencia à mesma liga dos demais que o acompanhavam. Ao contrário de Marue, o líder dos que estavam em seus encalço não fazia esforço algum para reduzir o ruído. Aliás, o reverberar da presença dele parecia mais um grito doloroso que apenas um ruído. Algo quase inumano; algo que se assemelhava com os terrores secretos de Haziferr.

(Continua)






quinta-feira, 9 de junho de 2016

Fragmentos de idéias. Casal sob a árvore.

"Folhas, chuva, terra molhada, a árvore cuja sob a copa tomamos refúgio da tormenta. Esqueço de tudo enquanto, admirado, percebo cada gota dágua que você espalha pelo ar entre nós quando teatralmente mexe em seu cabelo.

A sua pele, surpreendentemente quente e macia, ao tocar meu braço me faz sentir o propósito da vida. E os seus olhos risonhos ao constatar que meus óculos estavam completamente embaçados só perdiam em beleza para seu sorriso inquisidor.

O tempo era indiferente à nós: não andava e não corria; era como se não existisse. Ali sob aquela árvore, éramos tudo. Éramos partícula e éramos universo. E cada fibra de nossos corpos estremecia enquanto nossos rostos, numa moção inevitável, aproximavam-se vagarosamente.

Então é chegada a hora do encontro do almas que antecede a realização do desejo da carne; a última troca de olhares antecedente à união de lábios.

Nos beijamos e nos abraçamos fervorosamente, porém com nuances de parcimônia, como se o ato fosse uma chama numa noite de frio; nos aproximamos com as mãos esticadas até o ponto em que queimamos as pontas dos dedos, então nos afastamos da fonte de nossa satisfação apenas para recomeçar o bailar da dor e do prazer. Uma dança tão perigosa quanto o das labaredas num incêndio.

No interior de nossos corpos desejos em ebulição aquecem nosso sangue e provocam as mais intensas emoções.
A roupa molhada já não é mais a causa dos meus arrepios. Muito menos os dos seus."

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Walking down the street of Shame.

I look to both my hands while I walk down the street of shame.

It's raining now but I don't care about keeping warm anymore.

Heat is like a dose of morphine to an everlasting pain to me,

Just answering a lie with more lies, you see?

I look around hoping to find a safe place to my Dreams.

But all fortresses are made of fragile glass-like material.

I want to cry, want to cry so hard. But there is no water in me.

The blood in my veins became dust the moment I have forsaken Thee.

There is no hero to save lost souls that threw away life so easily. That's all a lie, that's all a lie, I'm a little innocent lie. 2x

terça-feira, 7 de junho de 2016

Olhos de Verônica

Eu A Vi Dançar Uma Só Vez, Mas Foi O Suficiente Para Me Apaixonar. Quando Ficamos A Sós Perguntei Seu Nome. Ela Respondeu, Enquanto Desabotoava A Camisa Social Branca Masculina, Unica Coisa Que Usava Além Do Biquíne. Disse Que Se Chamava Verônica. Então Ela Sentou No Meu Colo E Eu Olhei Fundo Em Seus Olhos. Uma Troca De Olhares Que Mal Durou Quatro Segundos, Mas Foi O Suficiente. Ela Se Levantou, Pegou A Blusa E Partiu Em Silêncio. Eu Não Entendi Na Hora. Corri Atrás Dela, Mas Ela Não Estava Mais Na Casa. Perguntei Por Ela, Mas As Outras Meninas Disseram Que Nenhuma Verônica Trabalhava Ali, e o Gerente Do Lugar Confirmou.
Até Hoje Eu Não Esqueço Aqueles Olhos Azuis. Olhos De Verônica.

Alimentando a máquina dos sonhos

Alimentando a máquina dos sonhos.

Distante do passado e atrasado para o futuro,
Poucas certezas e muitas dúvidas.
Assim vou levando uma vida cheia de rabiscos coloridos num caderno de capa dura.

Anseios de adolescente e planos de um visionário,
Não tenho diário e nem fotos espalhadas pelo quarto,
Mas guardo em minha mente uma música para cada ato.

Vivo de histórias sem vilões ou grande audiência,
A cada noite viajo para um novo planeta,
Não ando, corro sonhos por segundo.

Realidade já não basta e as noites são curtas demais,
O mundo é perigoso, é isso que dizem nos jornais,
Sair de casa pode ser fatal.

O pensador era o louco alguns anos atrás,
Agora os loucos são os intelectuais,
Me pergunto se andar de jeans rasgado ainda está na moda.

Então prefiro ficar quieto no meu quarto,
Alimentando minha máquina dos sonhos
Com os sucessos do passado,
Em busca de um amanhã pelo qual valha se arriscar.

Carta ao Titereiro

Carta ao Titereiro. 

Ando por uma estrada qualquer à noite.

O vento toca gentilmente a minha face e sussurra palavras até então confusas em minha mente.

Sou aquele que repousa sob a sombra da Árvore entre as ruínas e escombros do Tempo.

Fui o menino que sonhou e serei o velho que lembrará, mas acima de tudo sou o homem que sonha, lembra e vive a ilusão das decisões e suas falsas consequências.

Mas não interprete erroneamente as minhas palavras; sou o que sou e sei o que sou.

Disto isto, aqui está a marionete feita a Tua imagem, hora implorando para que retome o controle e em outras para que me abandone à sorte.

E mesmo assim choro.

Ainda assim choro lágrimas de Verdade.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

To Be/ Ser

(To be)

Hey,

You.

Why are you running?

Don't you know that they will reach out to you wherever you go?

They will catch you.

Be it from the shadows of your foots,

Or sticking out their arms from the pools you leave on the ground when you cry.

The ground you curse and love,
The ground you curse and love.

Drowning you into the ocean that is your desire.. Your desire... Your desire.. To be.

Don't run! Don't run! Stand your Ground!
Stand your Ground! Fight! Fight! Fight!

Don't let them burn Jeanne d'Arc again.
Don't let them crucify Jesus Again.
Don't let them rape Justice again.

Why do good people still suffer?
Are we evil? Are we evil?

Why do we hurt the ones we love?
Are we evil? Are we evil?

What did we throw away to believe we're free?
Why did we throw away the freedom we were born with?

What do we desire now? Tell me!
What do you desire now? Is it to be Free?

Or be enchained?

What are you running from?

Do you know?

Who are you running from?

Do you see yourself in the eyes of the hunter?

Predator and prey, yes, both you are..
Murder and victim. Perpetual pain; Perpetual joy.

Stop looking away and fight fire with fire.
You are the sun, King, Queen and rain.

Set your doubts ablaze and let your eyes, ears and hands feel the air of freedom once more.

Hey,

You.
Breath.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Fendas

Eu tenho me cortado e aprendi a gostar disso.

Uso minhas lágrimas como remédio e, como um viciado em morfina, preciso de doses cada vez maiores para aplacar a dor.

E quando elas me faltam vou em busca de quem possa chorar por mim.

O meu calor escapa pelas fendas que abro em minha própria carne. Por isso me aqueço nos braços de quem conhece o sinto que frio.

Assim vou vivendo a distância. E assim vou sobrevivendo a distância entre o meu corpo, triste e gélido, e onde repousa o meu coração.