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As Lágrimas de Lis.

Ela se sentia triste. Não era "mais uma crise" como sua mãe costumava dizer quando a via trancada em seu quarto escutando The Smit...

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Noite de verão.

Cada frase que sai da tua boca é como um céu de verão.

Em cada palavra vejo minha estrela guia.

Talvez seja por isso que me perco em equívocos  quando tento decifrar teus enigmas.

Isso e os segundos que me desligo deste plano e só tenho olhos, cabeça, poros e músculos para esta tua boca.

Eu sei que sou teu, mas quando saberei se és minha?

Posso passar dias deitado ao teu lado, vestido ou desnudo, seco ou molhado, mas tu que és meu tudo não é de ninguém deste lado.

Nessas poucas horas entretanto sei que não estou só. Não sou mais um a contemplar o sol; Eu toco o Sol, tua Lua e sinto teu calor se misturando ao meu.

Sinto teu suor se misturando ao meu.

Dia e Noite não são mais ditaduras dos corpos celestes ou do relógio. Me guio apenas pelos teus olhos. Se conversas comigo sei que é dia, mas se não estás por perto eu durmo.

Algumas noites são mais longas que outras.

Alguns pesadelos mais longos que outros.

Passo por isso tudo: Delírios, fantasias, desejos, alegrias e noites frias. Na esperança de que chegue o dia em que descubra que não fui apenas mais um a esquentar tua cama.

Na esperança de descobrir que tudo que senti foi mais que uma noite estrelada de verão.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A Rua Caminha Comigo.

Em algumas noites simplesmente me vem a vontade de andar sozinho pelas ruas de onde moro.

Ouço o chamado do vento: o assobio que ele deixa ao passar pelas frestas dos prédios e dos pensamentos. Inconfundível à quem costuma passar as madrugadas de olhos abertos; Olhando para o teto de um cômodo vazio.

É vontade, desejo e necessidade; andar de madrugada pelas ruas da cidade.

Abro a porta do quarto; abro a porta da cozinha; abro a porta do elevador frio e bem iluminado; abro a porta da rua.
Eu abro a porta da cidade.

É tudo tão alto; é tudo tão quieto.

Eu quero andar sozinho, de madrugada, pelas ruas da cidade, mas a rua caminha comigo. Quando volto pra minha cama não estou mais sozinho: a noite se deita comigo.

Não há frio nem calor; sim ou não.
De madrugada existem apenas eu, a rua e o silêncio que nos une.

O silêncio que é palavra dita e não dita. O silêncio é o nosso diálogo; conversa entre eu e a rua.

E o tema é a vida. E também a morte. E tudo que estiver no antes, o agora e o depois.

De madrugada, eu abro a porta e saio pelas ruas de onde moro. Quero e penso que estou a andar sozinho, mas logo realizo que não estou só; a rua caminha comigo.