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sábado, 18 de junho de 2016

Contos de Airehte. Fragmento VI. Fantasia

Pensou em se esgueirar silenciosamente até os dois, mas não existiam troncos posicionados numa distância plausível dos alvos e que servissem de cobertura para sua ação sorrateira. Teria que faze-los se movimentar pela clareira, mas estava sem dispositivos arcanos. Só restava ao arcano lançar mão das artes para agita-los e criar uma abertura. Porém, depois de meditar um pouco sobre a dificuldade do plano inicial, chegou a uma solução diferente: usaria os troncos para, ao queima-los, produzir fumaça que dificultasse a visibilidade dos dois soldados. Não precisava fazer com que se movimentassem, podia se aproximar sem ser notado e dar o bote.

Não podia entregar sua posição, logo não poderia usar arcanas de longa distância; não queria correr o risco dos dois perceberem bolas de fogo cruzando os vãos entre os troncos. Agitaria as partículas de fogo ao redor dos restos de árvore para fazer com que entrassem em combustão. Fechou os olhos e mentalizou a clareira. Mudou seu foco para os troncos espalhados ao redor dos dois alvos e, facilmente, trouxe a tona lembranças referentes à ação do fogo sobre as coisas. Entretanto, o prazer obscuro que o mestiço sentia em incendiar seus alvos nas batalhas começava a tomar conta dele. Afastou a nostalgia rapidamente. Não podia perder a medida da vibração que criava; não era seu intuito explodir a clareira num frenesi piromaníaco. Tinha que manter o controle. Não demorou muito e abriu os olhos dando o comando: "Queime". Assim que o fez chamas romperam das fendas nos troncos e fumaça começou a povoar a clareira que cada vez mais se assemelhava a um campo de batalha.

(Continua)

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