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domingo, 12 de junho de 2016

Contos de Airehte. Fragmento III.Fantasia.

Continuou pela trilha até avistar uma parte da floresta, a esquerda, que lhe daria certa vantagem na batalha que estava por vir. Como enfrentaria sozinho um grupo de nove, de acordo com o número de vibrações que sentia, precisava ter a vantagem do terreno: O embate deveria ocorrer onde as árvores estivessem espaçadas de forma que favorecessem sua movimentação e atrapalhassem a coordenação e percepção de seus inimigos.

Desceu de sua montaria e com o assobio adequado sinalizou que ela deveria seguir em frente a todo vapor. Caso a luta durasse mais que o esperado talvez avistassem a montaria com o manto da Frente de Libertação e a notícia chegaria, em tempo "hábil", até as forças estacionadas na vila fronteiriça com a floresta. Entretanto, Marue'Nir sabia que mesmo sem guia e carga sua montaria não cruzaria a frontreira da floresta em menos de vinte minutos, logo não poderia contar com ajuda em um período de pelo menos quarenta minutos, sendo otimista. Mas isso não o tirava a concentração; aquilo tudo estava mais para hipótese que um plano propriamente dito.

Abriu as duas malas e separou os dispositivos que utilizaria. Como contou na estalagem, quando descobriu que estavam em seu encalço, tinha trinta e duas bombas sensíveis de vapor, seis minas de estalagmite, doze granadas de estilhaços e um ruptor, sendo que este último guardaria para o líder.  Calculou que ainda restavam cerca de cinco minutos até que o grupo chegasse no ponto da estrada em que parou. Sem encobrir direito as pegadas que deixava e sem perder mais tempo, adentrou a floresta e espalhou estrategicamente entre as raízes das primeiras árvores paralelas a estrada bombas sensíveis de vapor, que só explodiriam com sua ativação pelo próprio Marue. Em seguida colocou quatro minas de estalagmite entre algumas árvores aproximadamente vinte e cinco metros da estrada e ao lado destas colocou uma série de bombas de vapor que impediriam que os grupo seguisse em frente.

Queria poder usar algo mais "quente", o que favoreceria sua Arte Arcana, mas não queria iniciar um incêndio e atrair a atenção de mais criaturas hostis. Os habitantes da floresta protegiam-na desde dos tempos dos Governantes da Noite e o espião não pretendia se tornar alvo da fúria de tais criaturas.
De fato, teria grandes dificuldades caso aquela luta fosse elevada para um embate entre Arcanos. Aquele era o pior lugar para um mestiço de fogo que não sabia seu elemento par. Caso esse cenário virasse realidade Marue estaria em grande desvantagem. Ele precisava fazer o melhor uso possível de seus dispositivos arcanos e com eles eliminar ou incapacitar os oito mais fracos. Pelo tamanho das vibrações deveriam ser simples soldados com domínio básica de Arcanas de combate; o suficiente para nocautear camponeses ou arcanos iniciantes exaltados, mas não um conhecedor do quarto círculo como Marue. 

Colocou algumas granadas de estilhaços nas fendas das cascas de algumas árvores que margeavam as rotas que seriam usadas por aqueles que tentariam escapar do vapor das bombas e as minas, cujo o numero eles não desejavam conferir. Não podendo voltar e muito menos seguir em linha reta, seriam forçados a correr para as rotas  diagonais onde as granadas incapacitariam, na contagem do fugitivo, ao menos mais três soldados. Os sobreviventes destas duas ondas de ataques, já atordoados, seriam direcionados para a zona central do perímetro montado por Marue'Nir. As bombas restantes fariam esse papel impedindo que se dispersassem entre as árvores. No meio desta zona está uma clareira onde uma única árvore permanecia de pé. As demais e seus fragmentos estavam deitadas no chão no que parecia o resultado de um embate entre dois animais ou monstros. Não havia carcaça para se identificar a espécie e o espião estipulou que fossem encouraçados machos.

Seria nesta clareira que o mestiço iria enfrentar diretamente aqueles que tentavam captura-lo. Enquanto isso, esperaria na copa daquela árvore solitária o iniciar e cessar dos gritos de seus inimigos. 

(Continua)

  

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