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As Lágrimas de Lis.

Ela se sentia triste. Não era "mais uma crise" como sua mãe costumava dizer quando a via trancada em seu quarto escutando The Smit...

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

As Lágrimas de Lis. Fragmento II

Em meio à melancolia ela tomou uma decisão. Lentamente, como se cada movimento fosse um novo confrontar com o fato de que aquilo tudo realmente aconteceu, Lis se virou para a cômoda ao lado da cama e esticando o braço alcançou as duas ferramentas necessárias para a tarefa que se propusera fazer.

Com caneta e seu diário na mão ela fechou os olhos, deixando-se levar novamente para os primeiros momentos daqueles três dias. Não escreveu mais nada desde a noite anterior ao desfecho daquele final de semana. Algumas lágrimas saltaram de seu rosto e marcaram as páginas em branco do caderno de capa aveludada e coloração também roxa, em tons mais escuros que os de suas mechas.

Tentou enxugar as lágrimas antes que elas pudessem danificar os relatos tão importantes para si, porém acabou rasgando a folha molhada. Assim que a retirou se deparou com a última página que escreveu.

Com delicadeza, como se estivesse manuseando uma taça de cristal que pudesse se quebrar com qualquer movimento mais brusco, Lis virou as páginas até chegar ao dia 11 de julho de 2014. Deu-se algum tempo e assim que se acalmou um pouco mais poi-se a ler, desde o início, tudo que viu, escutou e sentiu no chalé nas montanhas do Rio de Janeiro.

Começará uma viajem de volta ao tempo em que suas lágrimas do agora ainda não tinham razão de ser.

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