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As Lágrimas de Lis.

Ela se sentia triste. Não era "mais uma crise" como sua mãe costumava dizer quando a via trancada em seu quarto escutando The Smit...

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

O embriagar - perspectiva pessoal.

 O embriagar - perspectiva pessoal.

Um simulacro grotesco e temporariamente eficaz do que sinto quando estou com sorrisos familiares: o efeito de algumas taças de vinho, alguns copos de vodka - em qualquer uma de suas promíscuas orgias etílicas; Enfim, me embriago.

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Você não sabe o que causa

Você não sabe 

o que causa em mim 

cada sílaba que escorre por entre teus lábios 

Como mel


Você supõe que eu aguento 

O teu olhar calado.

Não é verdade 

Me incomoda o ruído dos pensamentos.


Não, não é a dor que pesa o meu peito

Ou quando põe contra mim o bom senso

Nem as noites em claro

e sim o áspero toque do teu silêncio

Pois, quando estamos deitados, seus olhos gritam

Mas não me dirigem a palavra.


E assim, com fonte a fechada,

Não provo teu mel 

E nem ouço teus olhos,

Nem vejo algo que remeta ao amor,

À dor 

Ou a graça

De quando nos tocávamos.

domingo, 19 de junho de 2022

Aqueles que Ficam "Those Who Stay" - Fragmento inicial

Fragmento de - Aqueles que Ficam "Those Who Stay"

[...]

Ele olhou para baixo.

Eu segurei tudo que podia. E foi em vão. 

As lágrimas: duas ou três me escaparam e fizeram-me sentir na face o toque gelado daquela segunda feira nublada de inverno.

O silêncio: rasgado de forma constrangedora pela minha e a respiração dele. E os carros que começaram a  passar lá fora naquela manhã.

O frio: Chicoteava meus braços, peito e costas à cada passagem de vento que vinha das janelas na sala e no meu quarto. Pareciam baldes de água fria e me faziam tremer.

Os Pensamentos: Olhava para ele. Nós dois praticamente estáticos e eu pensava se era apenas mais uma crise. Não era. Ele sabia. Eu sabia. Como ele não tremia?

Ele levantou a cabeça. E com olhos dolorosamente solitários e um quarto de sorriso no canto da boca

entregou tudo que ele estava segurando até meio segundo atrás:

- Eu vou.

Então se virou. E não tinha mais sorriso algum. 

Não tinha mais ninguém ali. 

Só a porta aberta.

E eu.


- - - - - - - - - - - - - - 


Eu nunca mais o vi. Soube que ele tinha se alistado. Muitos garotos novos desejosos de provar seu valor e defender a nação davam seus nomes nos postos de alistamento que naqueles dias existiam praticamente em qualquer esquina. Outro grupo que fazia o mesmo movimento - mas por motivos menos nobres - eram os dos desesperados e miseráveis. Ele já não era mais um garoto. 

Passaram-se anos até que eu tivesse qualquer outra notícia. Ergueram um memorial em homenagem aos jovens locais que tinham dado suas vidas pela nação na conquista da soberania. Eu já tinha voltado ao meu velho hábito de me distanciar ao máximo dos mortais. 

Admito, hoje, que não era a única razão de ter demorados meses para ler os nomes naquele belo - porém morbidamente cinzento - cubo de mármore. A porta aberta ainda me fazia companhia de alguma forma. Eu a deixará assim e nunca me importei de fecha-la. Hoje eu entendo que daquela forma o movimento que ele fizera nunca se findou de fato. Para mim e apenas para mim, é claro. Eu também não me permitia sentir coisa alguma que fosse, muito menos frio.

E pouca coisa eu senti quando li o nome dele entre tantos outros insignificantes para mim naquele pedaço de pedra que, uma hora ou outra, também retornaria ao pó. Pouca coisa diferente do que aquilo que eu me permiti sentir pelos anos desde a sua partida: O que era a tristeza para uma existência que se tornou melancólica?

sábado, 12 de dezembro de 2020

Nosso Ritual da Chuva

Não tem como não se apaixonar


Pelo som que o ar faz ao passar pela tua boca.


E que boca...


Não tem como não te desejar quando você me toca, seja com as mãos ou seja com esta sua boca. 


E quando me pede com os olhos que fale a língua da rosas, eu perco  a noção de tempo. 


Só não perco cada mudança no teu rosto ou corpo enquanto prossigo com nosso ritual silencioso da chuva.


E adoro quando lhe faço chover.


Chuva que não dissipa calor. Pelo contrário: me faz sentir seu calor.


No peito, nos braços, nas costas...


Nos olhos, na boca, na rosa;


Sinto o calor da sua alma.


É tão bom quando a gente faz chover. 


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Vento-Mudança; Poema sob(re) Poema.

Sinto o vento acariciar cada poro do meu franzino corpo.

Ele traz consigo as cores e seus infinitos tons, pintando esta imensa tela branca chamada de vida com sentimentos sutis e díspares.

Assim como as palavras, cujo o significado depende não só da boca que fala mas também do momento, é difícil entender o vento.

Algumas vezes parece que me joga de um lado pro outro, outras me embala o sono como uma mãe gentil.

Apesar disso tudo, eu tenho carinho por ele. Assim como eu, parece estar numa constante metamorfose; brisa, tempestade, frio, calor, direção... Tudo muda e tudo faz parte de sua personalidade em construção.

O vento é atemporal, mas não insensível. O vento é barulho mas também pode ser sinfonia. O vento é movimento. Com ele eu viajo e ele viaja comigo. 

Companheiros inconstantes numa jornada de mistérios chamada viver.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

(Re)Born as a Butterfly.

Little caterpillar,

Stop worrying about feelings that do not come from your own heart.

All your life you took care of other's pain, hurting yourself on the way.

Breath and pray. Not to be accepted but to be truly happy.

Today is the day for you to open your wings far and wide.

Time to envolve into something you can accept. Into something beautiful.

Time to reborn anew.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Alma Dom Quixote

Volto-me para os moinhos; avisto feras colossais.

Sou mais um andarilho tolo
A percorrer  estradas banais.

Prostro-me perante as estrelas e logo começo a rezar;

Sem ao menos uma história esplendorosa,

Ao lar não posso mais voltar.

Larguei família, amor e carreira
Em busca dessa tal essência
Que à todos é tão estranha e ,ao mesmo tempo, familiar.

Volto-me para os moinhos; avisto gigantes e dragões.

Matando-os farei o meu nome
E assim para os braços de minha amada poderei voltar.

Voltar... Voltar... voltar...Ao lar.