A chuva que me faz tremer é a mesma que me força a largar o terror que é a indecisão.
Por muito acreditei na ilusão de que debaixo da coberta estaria ileso de qualquer invasão, ignorando por completo a verdade do mundo:
A morte é a certeza de quem confia no relógio dos homens.
Minha frágil paz, erguida sobre o caixão vazio do tempo, desmoronava perante a grande massa de abutres que, por sua vez, esperavam ansiosos pelo banquete onde o prato principal seria a minha imortalidade enferma.
Oh meu amor, por qual razão briguei com o tempo?
Fosse tempo de paz, tempo de guerra, tempo de luto ou primavera. Já não lembro a razão. Se é que existia razão.
Será que ainda há tempo de viver no tempo dos imortais?
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