Acordo já mal humorado como se, a partir da décima segunda badalada, o ar que adentrara meus pulmões fosse tóxico.
Insisto mentalmente que devo levantar e depois de alguns segundos-horas levanto da cama, com extremo esforço, ressalto, e vou direto para o chuveiro.
Tudo me incomoda: o chão frio do banheiro me incomoda; o sol que adentra o recinto através da basculante me incomoda; a gota gelada que insiste em pingar do cano metálico do chuveiro me incomoda; eu me incomodo.
Passada a primeira etapa da tortura matinal viajo rumo à mais uma parte da excruciante rotina que havia sido rompida abruptamente pelo fim de semana: Trabalho/escola/faculdade
Coisas que faço agora pensando em aproveitar um tempo que está sempre por vir. Sempre por vir.
Pouco a pouco vou me conformando. Olho no espelho do banheiro e repito para mim mesmo: já vai passar. Já vai passar.
Então bato o ponto e me retiro. Meu turno acabou, hora do descanso.
O automato retoma o corpo que me foi emprestado.
Só volto sexta, segunda já começou.
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